sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

A morte suína tá por aí. E eu com isso?
Por: Jayme Lielson de Vasconcelos Salgues


A morte suína tá por aí. E eu com isso?


A morte, este espetáculo sem aplausos, de um público inesperado, protagonizado pelo Anjo da Morte, que visita quase sempre inopnadamente, representa o oposto de VIDA. Vem do latim MORS, gr. Thanatos, hebr. Máveth, significa somente parar de viver.

Inexistir materialmente, ou passar a existir imaterialmente. Algum conforta há e dá sentido a existir? Traçando conceitos de conduta ética, moral, legal, da recompensa que reside na esperança, de se em vivendo condignamente, a alma terá conforto?

E o apodrecimento do corpo, que é uma enorme preocupação para tantos, como pode passar a ser um alívio para muitos?

A vida física de um ser humano, na sua mais simples composição de alma e corpo, deve ser acrescida à atenção que devemos dispensar com uma vida espiritual de cada um. A busca pela santa presença de Deus, é que dá concepção da Divindade, Sua Face, eternidade, visão de céu, e a esperança que é o necessário conforto no coração de cada um.

A morte, algo que sempre nos recusamos a enfrentar, precisa ser entendida, conscientizada. Não se trata tão somente da separação da alma com o corpo físico. Mas se trata da preparação da mente, da avaliação das conseqüências de suas vidas.

Se houver noção de distinção de pecado original com pecado mortal, a vida através do temor pode se tornar mais ética. É só uma probabilidade. Mas, é uma.

É preciso se aquilatar sobre a máxima bíblica de que o pecado já tem como conseqüência a própria morte, diante de Deus. Além de morrer pra vida física, não se ter direito a esperanças para uma vida eterna, ninguém merece.

Mas, como pensei em febre e morte, antes de escrever, sinto que deva ser interessante se suscitar a consciência de todos nós, para que abalizemos a morte eterna, como condenação. Escrever sobre morte não é nada agradável. Ler, menos ainda.

Porém, como é que a febre suína bate à porta da humanidade, podendo chegar a de cada um, amanhã. E aí? Você está preparado, preparada para esta nefasta e irrecusável visita?

E não adianta tergiversar, morte não tem sentido figurativo. Não dá pra sonhar com catalepsia, ressurreição, milagre, que são soluções mais fáceis, nos casos de morte.

Um dia, ELA vem. Inevitavelmente. Pra todos nós, nem que seja por velhice.

Que bom fosse com todos assim. Mas, neste exato instante enquanto você lê este despretensioso artigo, milhares de mães mundo afora estão chorando pela morte de seus filhos, de diversas idades, até tenras. E tem mais gente ainda que, apesar de falar (e bem) estão todos mortos para a vida. Acredito eu, mantidos para equilibrar o bem e o mal, mas com suas mortes internas decretadas, de qualquer forma.

A morte na alma (1 Jo 5,16) e morte eterna (inferno), apesar de chamadas de "morte", não são no sentido literal, mas, figurativo.

Santo Agostinho referia sua preocupação com a morte, com a corrupção física dos valores da vida, que se anunciava antes mesmo da dissolução de um último suspiro.

Não há garantias para um desenlace sem dor. Mas, há esperança. E isso vale muito.

A idéia de imortalidade tanto pode consolar, quanto pode instigar a degeneração da dádiva, viver. Deus, no Paraíso só quer os escolhidos, arrependidos, os que crêem em Jesus de Nazaré, os praticantes das boas obras, os leitores das Sagradas Escrituras.

Contudo, o ser humano chega a ser engraçado.

Num restaurante, uma mesa e seus comensais discutiam “cientificamente” entre taças de vinho e bocas cheias (com seus “achismos”, sua “achologia”) que a febre suína nunca poderá chegar por aqui, e que é impossível que bata às suas portas.

Essa sim deve ser a tal “marolinha” do presidente Lula, riam.

Recordei-me do vírus ebola, a peste negra, a tuberculose, a dengue, a malária, a gripe asiática, só mataram e matam, porque fomos feitos para morrer. Se você tiver em mente a idéia de que sua morte acontecerá, inevitavelmente, poderá se tornar, até, um ser humano melhor, mais ético, mais solidário, mais bondoso de verdade.

Pense bem. Com sua morte, nem se iluda, não haverá colapso na Terra, as vidas das pessoas continuarão, lágrimas serão vertidas no dia do sepultamento, na missa ou culto post-mortem. Depois, com 30 dias, com um ano (menos ainda) e daqui a 50 anos ninguém, absolutamente NINGUEM saberá sobre seus hábitos, pensamentos, sentimentos, seu caráter, seu amor.

Pense bem, repito. E viva mais feliz, dividindo para somar, repartindo para crescer, se desapegando para viver. Viva com mais amor. Tenha esperança.

NELE, a quem sirvo.

Jayme Lielson

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