segunda-feira, 29 de outubro de 2012


Num sábado ensolarado

Estava meditando neste dia ensolarado, piruetando pela internet, quando vi um anuncio de um livro “A ARTE DE VIVER”. Comecei a rir sozinho e resolvi escolher algumas pessoas para enviar um pedaço de meu sorriso e um “taquinho” de reflexão.

Nem me atrevo a discutir obra, autor, tema. O sensacional pra mim se resume ao título.

Ora pinóia! Que coisa pobre. Todos nós, bem no fundo, apesar de querermos esse melzinho doce e fácil, sabemos que não existe uma "obra assim". Porém, para nossa alegria, coisas parecidas nem sempre são iguais. Minha proposta nas próximas linhas é um papo fácil e atrevido.

Que tal escrevermos nossas próprias obras primas? Alterando um tiquinho aqui, um tantinho ali, do título ARTE DE VIVER, para VIVER COM ARTE?

De pronto, como você, sinto ter algumas dificuldades. Mas, lhe garanto que a única coisa difícil aqui sou eu. Sair de meu comodismo mental, para ousar. Sem falar na nossa falta de crença em nós mesmos.

Mas que tipo de arte imprimir?

Reflito: Não sou poeta, não sou cantor, não sou artesão, não sou artista.

Todavia, nós vivemos, pensamos, nos mexemos, esbravejamos, protestamos, discordamos, imprimimos marcas e, portanto, EXISTIMOS.

Não é fácil conceber que somos artistas. Trocar o local no imaginário, que construímos para nossos “ídolos artistas”, nos aboletando nesses lugares? Quanto atrevimento!

Colocamos em nossas mentes que artistas NOTÓRIOS são imortais e nem nos atrevemos a nos misturarmos com eles. Imagina... sairmos de nossa tietagem coadjuvante, para uma realidade protagonista. Jamais!

Só sabemos ser protagonistas de infelicidades e de murmurações. Mas, precisamos segurar em nossas mãos os “oscars” pelo premio que são nossos empregos, da saúde, de nossas famílias. Somos construtores de coisas que fogem dos padrões de contemplação e até de beleza. Mas, somos senhores de algumas de nossas decisões.

Dia chegará que nossas células não mais se multiplicarão e haverá uma falência silenciosa. Começará pela secura da escamação de nossa pele, sem mais elastina...

Nossa vista se cansará e desaprenderemos a ver o renovar diário de tantas belezas.

Ai ai ai... a preguiça de viver é o inicio da falta de arte.

Sabe? Acredito que teimar, querer viver com qualidade, é insistir em ser um artista.

Não importa quanto tempo a gente leve para concluir nossa obra. Mas temos que compor este best-seller com carinho. Ops! preciso lhe contar. Sempre será uma obra inacabada... mas, sossegue. Esta é a melhor parte. Não é preciso que alguém acredite ou não, na gente. Necessário somente é que alguém acredite em nossos propósitos. Deixar um real legado de coisa boa já é uma grandiosa ARTE.

Noutro dia me perguntaram se cria que Jesus havia realmente existido. Retruquei que sim, sem a menor dúvida. Não somente por evidencias históricas e comprovações científicas. Mas pelo conjunto da obra. Todos os relatos, canônicos ou não, das mais distintas fontes, dizem mesmas coisas. E se assemelham o tempo todo num tema, o amor. Com certeza: Ele ainda vive. Um pouco em mim, um pouco em ti, mas decerto no coração de todos nós, em incontáveis coisas. Suas falas, Seu exemplo, Seus gestos, Suas parábolas, Seus ensinos, Seus conselhos, Seu conforto, Sua serenidade, servem para mim, para ti, pra toda humanidade. A arte de viver, não sei se existe. Mas, viver com arte, isso é bem possível. Eu estou tentando todos os dias, me esforçando, refletindo e me humilhando, nos mais diversos “não sei”...

Talvez não seja fácil? Verdade. Mas precisamos acreditar: é possível ser feliz.

Vou continuar tentando viver com “arte”. E te convido: - Vamos juntos?

Bom dia.
Jayme Lielson  (27/10/2012)